segunda-feira, 27 de abril de 2009

Páginas espelhadas com tarjas uniformes



Ora, ora.


Mais uma vez caiu em minhas mãos um catálogo com tarjas uniformes em todas as páginas, com espelhamento.


Cada vez que vejo um trabalho desse chega me dá arrepios, porque é um tipo de produção "louca" pra dar problemas.


O que costuma ocorrer é um "bandeiramento" entre as cores de cada página, ou seja, a cor que deveria ser uniforme fica mais carregada em uma página, menos na outra, mais azulada em outra, mais avermelhada em outra, é uma loucura (de verdade).


É o tipo de desafio que pode fazer perder o sono o melhor impressor. Pior ainda se o material for "aberto" em um turno e "fechado" em outro, por impressores diferentes... PAI DO CÉU, é um DEUS NOS ACUDA.


Já vi trabalhos assim produzidos nas melhores gráficas de São Paulo (não vou citar nomes, mas pense aí em gráficas famosas, todas elas estão inclusas nas minhas observações, não se preocupe), e todas elas tiveram problemas com esse tipo de produção.


Se isso ocasionou ou não devolução por conta do cliente não tenho como saber, o que posso dizer é que dá pra diminuir os efeitos do problema, mas zerar totalmente é praticamente impossível.


A cor mais sensível a pequenas alterações na carga de tinta é o azul, ou são os tons de azul escuro (que levam grande percentual de magenta e cian). A mínima variação na carga de uma dessas duas cores leva a resultados muito diferentes de uma página pra outra.


O que precisamos levar em consideração é que: PÁGINAS DIFERENTES levam tarjas QUE DEVEM SER IGUAIS.


As páginas são diferentes entre si, porque imagens (fotos) que aparecem em uma, não aparecem em outra. Enquanto em uma temos um grande fundo vermelho, na outra temos uma outra foto, com fundo verde. Pra fazer o tal fundo vermelho o impressor precisa carregar em magenta e amarelo (sem modificar o tom de azul da tarja - não esqueça que como eu já disse, leva muito magenta), porém, na página que está sendo impressa ao lado, temos um fundão verde, que NÃO LEVA NADA, ou quase nada DE MAGENTA mas a tarja em cima é exatamente igual, ou seja, temos que trabalhar com menos magenta (pra não sujar o verde) mas ainda assim vamos precisar carregar no magenta por causa da tal tarja.


Isso torna a vida do impressor um verdadeiro inferno, horas de máquina, horas de acerto, pra tentar chegar em um resultado apenas satisfatório.


Como evitar esse problema? Em offset convencional ainda não há como. O sistema de impressão não tem recursos para acabar definitivamente com a deficiência. É um problema mecânico do processo, devido à posição de impressão das páginas em relação a abertura do tinteiro da máquina.


O que acontece em muitos casos é que, sabendo que poderemos ter problemas na tarja, sugerimos ao cliente alterar o projeto e trabalhar com uma quinta cor (azul pantone) nessa parte do projeto gráfico. Isso pode onerar um pouco (só um pouco) o projeto, mas garante 100% de fidelidade nas tarjas e nas fotos.


Quando isso é impossível (no caso da tarja em questão ela é resultado de uma imagem e não de um vetor, tornando impossível convertê-la pra quinta cor), o que fazemos normalmente é pedir uma aprovação em máquina pelo cliente, na qual FATALMENTE ele será obrigado a sacrificar algumas imagens (modificando um pouco sua tonalidade) em nome de manter a uniformidade das tarjas).


Outro dilema, claro. O produto que o cliente quer vender é a luminária (neste caso) e não a tarja, mas quando alguém pega o catálogo nas mãos vai notar primeiramente que a tarja não está uniforme em todas as páginas.


É uma discussão interessante, mas para o trabalho em questão meu cliente esteve na Garilli hoje e ficou satisfeito com o resultado. Nem todas as imagens ficaram iguaizinhas na prova e na impressão, mas dentro do que se esperava, o cliente adorou o trabalho.


Caso vc tenha vivenciado algo parecido e tenha encontrado uma boa solução, divida com nosso ESCRITÓRIO DE ARTES GRÁFICAS, afinal, estamos todos pensando em melhorar os resultados da indústria gráfica nacional.


Saudações alvi-negras (com tarja preta, porque aí não tem problema, preto fica sempre igual!).






quarta-feira, 15 de abril de 2009

Embala Minas

Reunindo cerca de 120.000 indústrias, representada por 134 sindicatos, Minas Gerais desponta como uma das principais forças empreendedoras do País. Diversificada e competitiva, a economia de Minas Gerais e Região desponta como um importante pólo de usuários de embalagens, processos industriais e logísticas em vários setores. Neste cenário de grandes transformações e crescimento, acontece de 14 a 16 de abril de 2009 a EMBALA Minas, nas modernas instalações do EXPOMINAS em Belo Horizonte. A Feira, nona edição do Programa EMBALA, consolidou sua importância para o mercado representado por Minas Gerais e regiões sob sua zona de influência e conta com mais de 250 expositores para atender a demanda de crescimento, acima da média nacional, registrada nestes mercados. A feira tem como destaque em 2009, o 3º Minas EXPOGRAF, Salão de Fornecedores para a Indústria Gráfica, que somados aos setores de processos, design, flexografia e indústrias do papel e do plástico, fazem da EMBALA Minas um dos mais completos eventos voltados a vários segmentos industriais e comerciais. A EMBALA Minas é realizada paralelamente Minas Expomix, Feira da Cadeia de Abastecimento de Minas Gerais, que reúne atacadistas, distribuidores fazendo do evento um pólo dinâmico para geração de negócios, para expositores com foco neste segmento, incluindo logística, embalagens de transportes, embalagens para o comercio, fast food.Amplie o alcance de sua empresa e produtos, participando da EMBALA Minas, uma alternativa para diversificação de sua estratégia de promoção e negócios em uma região de forte expansão de novos mercados.
fonte: http://www.greenfield-brm.com/embalaminas/#

terça-feira, 14 de abril de 2009

FORMATO A4, AFINAL, O QUE É ISSO?


O padrão internacional para tamanho de papéis ISO 216 é baseado no padrão alemão DIN 476. Partindo do sistema métrico, o formato-base é uma folha de papel medindo 1 m² de área (A0).

O grande trunfo é a proporção entre os lados do papel, a mesma em todos os tamanhos do padrão, aproximadamente igual a (raiz quadrada de 2, igual a 1,4142…), que tem a propriedade de se manter quando a folha é cortada pela metade ou dobrada.

Sucessivos cortes definem a série A de tamanhos A1, A2, A3, A4…, cujas medidas são arredondadas na ordem dos milímetros. Manter a mesma proporção entre diferentes tamanhos, propriedade inexistente nos formatos tradicionais de papel, facilita a ampliação e redução de um tamanho para o outro e a confecção de folhetos e brochuras com duas páginas em cada folha, na qual o tamanho do papel deve ser, na série, de uma ordem acima do tamanho da página, p.ex., folhas A3 são dobradas para fazer brochuras A4.

No decorrer do século 20, o padrão foi adotado em todos os países exceto EUA e Canadá, países que também são os únicos a ainda não adotarem inteiramente o sistema métrico. No México, Colômbia e Filipinas, apesar do padrão ISO ter sido oficialmente adotado, o formato US Letter é ainda de uso comum.

As vantagens de basear o formato de papel na razão já havia sido notado em 1768 pelo cientista alemão Georg Christoph Lichtenberg (em uma carta para Johann Beckmann). No começo do século XX, Walter Porstmann fez da idéia de Lichtenberg um sistema de fato para diferentes tamanhos de papel, que foi introduzido como padrão DIN 476 em 1922, substituindo uma vasta variedade de outros formatos.

O padrão DIN 476 espalhou-se rápido para outros países. Antes da deflagração da Segunda Guerra Mundial ele foi adotado pelas seguintes nações:
Bélgica (1924)
Países Baixos (1925)
Noruega (1926)
Suíça (1929)
Suécia (1930)
União Soviética (1934)
Hungria (1938)
Itália (1939)

Durante a guerra, foi adotado pelo Uruguai (1942), Argentina (1943) e Brasil (1943), e após o armistício, continuou a se difundir para:
Espanha (1947)
Áustria (1948)
Romênia (1949)
Japão (1951)
Dinamarca (1953)
Checoslováquia (1953)
Israel (1954)
Portugal (1954)
Iugoslávia (1956)
Índia (1957)
Polônia (1957)
Reino Unido (1959)
Venezuela (1962)
Nova Zelândia (1963)
Islândia (1964)
México (1965)
África do Sul (1966)
França (1967)
Peru (1967)
Turquia (1967)
Chile (1968)
Grécia (1970)
Zimbábwe (1970)
Singapura (1970)
Bangladesh (1972)
Tailândia (1973)
Barbados (1973)
Austrália (1974)
Equador (1974)
Colômbia (1975)
Kuwait (1975)


Em 1975, tantos países usavam o sistema alemão que ele foi estabelecido como padrão ISO, e também como o formato de documentação ofical das Nações Unidas. Em 1977, o A4 era o formato padrão de cartas em 88 de 148 países, e hoje apenas os EUA e o Canadá não adotaram o sistema.


Por terem todos a mesma proporção, o padrão ISO 216 facilita o redimensionamento de documentos entre seus tamanhos, prevenindo perda de imagem. Assim, uma página A4 pode ser ampliada para A3 retendo as mesmas proporções do documento original. Uma opção comum em fotocopiadoras é a amplicação ou redução de A4 para A3 e vice-versa, aplicando um redimensionamento de 141% () ou 71% (), na altura e largura do documento.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cores CMYK, cores RGB - Para meus amigos Roberto e Macarrão!

Ontem recebi um telefonema do meu amigo e cliente Roberto.
Cliente de alguns anos, e confiante no meu trabalho, sempre que tem uma dúvida técnica ele me liga para debater o assunto.

Dessa vez, meu amigo comprou uma belíssima imagem de um banco de imagens, na qual havia um tom de azul que impressionava pela pureza.

O Roberto, designer e fotógrafo experiente, estava tendo sérias dificuldades quando convertia a tal imagem de RGB para CMYK. Aquele azul, que era justamente o motivo de uso da imagem escolhida, ficava apagado, sujo e principalmente, não atendia mais a necessidade de comunicação do trabalho.









Ele me ligou por isso, pra tentar descobrir se havia alguma forma de fazer a conversão sem prejudicar tanto aquela que era a principal característica da imagem.











Conversei com o "Macarrão", encarregado de pré-impressão da Garilli, que mexeu na imagem de todas as formas, e até ligou pra outros amigos que trabalham em outras empresas, para ver se alguém conhecia alguma ferramenta que ajudasse nessa conversão. Nada.


Resolvi escrever algo sobre o assunto.

O "Gamut" de cores (ou "conjunto" de cores), representa as cores que podem ser reproduzidas utilizando-se essa ou aquela ferramenta.

De forma simplificada, o "gamut" reproduzível em RGB é apenas uma pequena parcela do espectro visível.
Ou seja, muitas cores que vemos na natureza ainda não podem ser reproduzidas em monitores e aparelhos de TV por exemplo, pois estes usam o padrão RGB para representação das cores.

Ainda assim, a quantidade de cores que podem ser reproduzidas em um tubo de raios catódicos ou em um monitor LCD é muito maior do que se consegue imprimir com o uso de tintas.


Isso ocorre porque conseguimos uma "pureza" muito maior com luzes RGB, do que com tintas CMYK.
Pra se ter uma idéia das limitações técnicas em termos gráficos, pense em um triângulo cujos vértices sejam cada um uma cor RGB (verde em cima, vermelho no pé direito e azul violeta no pé esquerdo).
As cores que vamos conseguir reproduzir em CMYK estão contidas dentro de um outro triângulo, que está inserido nesse primeiro, e de ponta-cabeça.

Tentei fazer um desenho disso de forma aproximada e colei aqui (mas sou péssimo nisso, ok?).

Se prestarmos atenção vamos perceber que uma quantidade imensa de cores fica de fora do "gamut" CMYK.


Por isso que meu amigo Roberto não consegue reproduzir o AZUL.

Encontramos para isso soluções no uso de cores especiais (por exemplo Pantone), que não dependem da mistura de tintas, mas que em muitos casos tornam o trabalho mais caro.


Bom final de semana a todos.