segunda-feira, 22 de junho de 2009

Atendimento técnico especializado!

Ao precisar de um médico, procuramos sempre nos consultar com o melhor profissional que nosso bolso possa pagar. Ao precisar de um advogado, idem.
Dentistas, engenheiros, arquitetos, e uma infinidade de profissões são avalizados por um diploma, por uma formação, por uma escola.
O que mais me chateia no ramo gráfico de vendas é que, muitos dos meus colegas “caíram” na profissão de vendas por não ter tido outra oportunidade melhor em outra carreira. Já ouvi muito a frase: “Ah, não deu certo em orçamento? Vá ser vendedor, dizem por aí que ta dando dinheiro...”.
Tudo bem que o sujeito entre no segmento dessa forma, mas tem colegas meus que antes de se tornarem vendedores de gráfica eram feirantes, trabalhavam na distribuição de medicamentos, vendiam bebidas, e por aí vai. Nada contra essas honrosas profissões, mas o indivíduo sai da feira e entra numa gráfica sem saber diferenciar couchê de offset, achando que o branco é mais uma cor a ser impressa. Como um profissional desses vai conseguir cumprir todo aquele ritual de transformar o subjetivo alheio em material impresso?
O ideal é que, antes de vender serviços gráficos o futuro profissional deva se inteirar do básico, do mínimo possível, da forma mais genérica, sobre o que é Artes Gráficas, e isso infelizmente ainda não é uma unanimidade.
Dado esse passo inicial, com a inicialização na profissão, e com as dificuldades que vão aparecendo no dia-a-dia, o aprendizado deve continuar, e nunca mais deve parar. Há que se buscar um curso técnico, um curso superior, uma especialização e quantos forem necessários cursos de aperfeiçoamento.
Na impossibilidade de que isso seja feito, seja por falta de tempo ou falta de dinheiro, tem que se usar a própria estrutura da gráfica para que se obtenham certos conhecimentos, mínimos que sejam, mais de forma contínua, diária, aprendendo um pouco por dia sobre o segmento em que agora atua.
Quando um comprador chama um representante da gráfica que pretende contratar, o mínimo que ele espera é que seu interlocutor saiba o que está falando, quais são as limitações da empresa que representa, saiba discursar a respeito do seu potencial.
O serviço gráfico, por muitas vezes (talvez a maioria delas) é comprado por alguém que não entende de gráfica, ou que entende muito pouco.
Quando uma pessoa vai ao médico, sabe alguma coisa de medicina. Todos sabem que analgésico não é o remédio mais indicado pra tratar uma infecção, e que tomar antibiótico pra dor de cabeça seria uma sandice.
Mas vamos ao médico, porque esse nosso parco conhecimento de medicina não é suficiente para resolver nosso problema.
Do vendedor de gráfica, o comprador (paciente) espera que seja emitido no mínimo um pouco mais de conhecimento do assunto do que se ele estivesse sozinho. O vendedor é o médico, que deve receitar qual a melhor solução técnica para determinado problema que se desenha a cada novo projeto.
O vendedor deve ser o advogado, que sabe melhor a lei em que se basear para ganhar a causa do cliente, é o dentista que só vai fazer o canal do dente se não houver outra forma de salvá-lo, o vendedor é quase sempre o único canal de comunicação que o cliente tem com a empresa que vai produzir seu trabalho, supõe-se que seja alguém que entenda do assunto.
Ao mesmo tempo, entendido ou não das artes gráficas, o profissional não pode deixar de entender de vendas, de relacionamento, de fechamento de negócios. É por isso que tenho colegas ex-feirantes (existe alguém mais especialista na área de vendas do que um sujeito que tem que disputar na “unha” cada freguesa que passa perto de sua banca?). Só que não se espera o mesmo conhecimento técnico do feirante, porque o abacaxi que ele diz ser o melhor, está ali, a disposição para que a dona de casa prove, experimente, saboreie, e tire, sozinha, suas próprias conclusões. Ela pode comprar preço e qualidade na hora, e decidir qual abacaxi lhe dá o melhor custo-benefício. No caso do vendedor de gráfica, isso não é possível. O que vai mostrar se sua empresa é melhor ou não do que a concorrente é exatamente a forma como ele discursa a respeito do assunto.
O mercado gráfico nacional se modernizou, tem os melhores equipamentos que nunca teve, posicionou-se na vanguarda em termos de acabamentos diferenciados, foram investidos milhões de reais nos últimos anos em tecnologia. Mas ainda temos um sério problema de formação na área comercial, ou porque quem entrou nela não tinha, ou porque quem se forma não quer trabalhar em vendas.
Aos poucos esse preconceito deve acabar, muitas boas gráficas já enxergam no vendedor uma ferramenta poderosa para crescer, e valorizam tal reconhecimento, treinando, premiando, dando suporte para que ele desenvolva todo esse trabalho.

O vendedor precisa ter recursos suficientes para sentar perante uma equipe de criação e receber informações de toda uma campanha, oferecendo as melhores condições técnicas e econômicas para viabilizar o projeto, sem descaracterizar a criação original.
É o vendedor que pode convencer o cliente a transformar uma peça de pantone em cromia, com objetivo de imprimir junto com outro material da mesma campanha diminuindo custos. Da mesma forma é o mesmo sujeito que vai convencer o cliente a imprimir aquele azul chapado, que foi criando em cromia, como uma cor especial, sob risco de ele manchar ou de não ficar igual em todas as páginas se for mantido o projeto inicial em cromia.
Ele precisa avisar antes o cliente de que se ele não substituir aquele verniz UV por laminação brilho, corre o risco de o folheto ficar rachado na dobra, ou que se não for aplicado um verniz de proteção, provavelmente o material vai manchar ao toque das mãos.
O vendedor, nada mais é, do que um grande “solucionador de problemas”, mas ele precisa atuar nisso antes do problema ocorrer, ele precisa olhar para o projeto gráfico e fazer previsões sobre como aquilo vai ficar quando pronto.
O cliente não tem que pensar nisso, porque se ele precisar pensar em todas as fases de produção, não precisaria ter um vendedor para lhe dar suporte. E o cliente sabe disso, e devolve o material caso não receba aquilo que ele imaginava que iria receber, e quem amarga o prejuízo é sempre a gráfica.
O projeto sempre pode ser modificado antes que o pedido esteja assinado e colocado dentro da gráfica, e muitas vezes ainda pode ser mudado mesmo depois disso. Só não é possível modificá-lo depois que o material está pronto, impresso e acabado. Aí não adianta mais avisar o cliente de que ele deveria ter pedido aplicação de verniz de proteção, não há mais o que fazer, e jogar a culpa de um erro técnico sobre o cliente é “dar um tiro no próprio pé”.

Um comentário:

  1. Nossa o atendimento é realmente prioridade dentro de quaquer meio!

    E qdo é técnico e bem treinado com certeza se tem a vantagem de uma possivel fidelização... POr tanto qto mais especializado melhor...
    òtimo post como sempre!!!

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