Há alguns anos eu ouvia dizer que a tipografia iria acabar.
Eu estava no SENAI, aos meus 15, 16 anos, e a tipografia era uma matéria ativa da grade curricular do curso técnico em artes gráficas que eu frequentava naquele momento. Na verdade, o assunto era tratado com tal importância que havia ainda algumas subdivisões dentro dessa matéria, sendo a saber, COMPOSIÇÃO MANUAL, LINOTIPIA E IMPRESSÃO TIPOGRÁFICA.
Três matérias dentro de um tópico em que, naquela época, dizia-se em extinção. Que sentido isso poderia fazer?
Não sei se propositalmente, ou acidentalmente, mas crendo mais na primeira que na segunda, a escola acertou em nos dar toda essa bagagem.
Não dá pra deixar de lado um princípio que já era usado há 500 anos, e que até pouco menos de 10 anos (naquela época) ainda era usado em larga escala pra partir direto para seus sucessores.
Imagino (e me corrijam quem entende mais disso que eu) que seria como se eu fosse aprender telecomunicações sem falar do telefone convencional, do fax, do telégrafo. Nossa primeira aula seria sobre celular e internet.
O aprendizado da tipografia, mesmo eu nunca tendo usado isso na prática, me fez enxergar em três dimensões os princípios das artes gráficas. Hoje seria impossível entender de outra forma, porque tudo que eu tinha em minhas mãos, com a rama, tipos móveis e linhas de linotipo, hoje estão ao teclado, e dentro de um HD de computador. A não ser que tenham inventado novas técnicas de ensino ou que eu esteja muito enganado, nada poderá fazer você entender melhor os princípios das artes gráficas do que a tipografia.
Toda comunicação ocidental usa ainda hoje, conceitos que nasceram lá atrás, com Gutemberg. Até para escrever esse Blog, uso fonte tal e com tamanho X (determinado em pontos).
Essa expressão para determinar o tamanho da fonte - ou corpo da letra - (10 pontos, ou 12 pontos, 72 pontos), nasceu na tipografia, sendo o "ponto" uma subdivisão da Paica.
A tipografia, como processo industrial, tornou-se realmente obsoleta, e praticamente não existe mais. Mas sobrevive como arte. Praticamente todos os conceitos que conhecemos sobre desenho de tipologia, entrelinhamento, espaçamento, blocagem de textos, sentido de leitura, design de páginas, entre outros, nasceram na tipografia.
Quem gosta e nunca viu, deveria ver uma oficina tipográfica. É encantador.
Uma vida cheia de cores pra vc.
Bom carnaval!
[estou publicando no meu novo site www.luizalex.com.br venham me visitar!] Gosto de artes gráficas, gosto de offset, princípios de impressão e da teoria que dá suporte à ilusão de ótica da quadricromia. Sou apaixonado pela relação tinta x papel. Soma-se a isso minha paixão pelos negócios, pela disputa comercial, e pela vitória. É por isso que há 12 anos trabalho em vendas gráficas. O que mais eu penso sobre as coisas, sobre a vida, sobre tudo? Quem sabe consigo contar aqui.
Salve Luiz!
ResponderExcluirUma boa coisa é que hoje existe (dentro do próprio SENAI) a Oficina Tipográfica São Paulo http://www.oficinatipografica.com.br que procura preservar os antigos sistemas de impressão e oferece cursos de composição manual, usando também a linotipo. Vale a pena!
Parabéns pelo blog e sucesso!
Abs,
.HN.
Entrei e queria agradecer a atenção dada ao nosso projeto. Um grande abraço,
ResponderExcluirMarcos Mello - OTSP www.oficinatipografica.com.br