quinta-feira, 5 de março de 2009

Papel Acid Free

Acid Free ou livre de ácido é o papel no qual em sua composição não foi utilizado nenhum produto com reação ácida ou que, com o passar do tempo se decomponha produzindo resíduos ácidos.
Essa denominação nos leva aos papéis que utilizam cola animal em sua composição, para desenvolverem uma resistência parcial à água. Esse processo foi usual até a metade do século XIX em papéis artesanais para que tivessem uma resistência parcial à água necessária, porque a escrita era feita com tinta azul à base de sais de ferro dissolvidos em água. A absorção do corante com base água penetrava no papel, onde se fixava, mas sem se espalhar. Para secagem era necessário o uso de um “mata borrão” que absorvia o excesso de tinta e evitava que o papel escrito borrasse. A utilização da cola animal deu a este processo o termo de colagem do papel para escrita.
Em meados do século XIX, a produção de papel em máquinas contínuas permitiu a utilização de outras matérias primas além das fibras têxteis. Com o processo da polpação de madeiras, surgiu um novo processo de colagem de papel com uma resina natural, de origem vegetal, proveniente de madeiras coniformes, principalmente pinheiros.
Essa resina natural, também chamada de breu é muito eficiente por permitir uma impermeabilidade controlada da superfície do papel. O breu é solúvel em soda antes de ser adicionado à massa do papel e como tem carga negativa, assim como a celulose, é necessário adicionar uma substância para criar uma carga positiva na resina. Isso se conseguiu com a utilização do “alumen” (sulfato de alumínio) e como ele tem uma reação fortemente ácida, esse processo passou a ser denominado de colagem ácida. Esta prática se expandiu e foi muito utilizada até o final do Séc. XX. Ainda hoje mais da metade dos papéis produzidos no mundo seguem esse processo de colagem ácida.
As características do processo de colagem ácida resultam em um papel com boa qualidade para escrita e impressões em geral. Mas, por ter uma superfície com reação ácida (pH entre 4 e 5) com o tempo o sulfato de alumínio restante libera resíduos ácidos que tendem a atacar as fibras de celulose e os papéis têm uma duração menor que os papéis antigos que utilizavam colagem animal.
Por conta disso ocorreu uma grande procura por papéis com colagem animal que passaram a ser fabricados novamente.
A partir de década de 70 surgiu um novo processo de colagem feito com a utilização de resinas sintéticas, com boa reatividade com a celulose sem a necessidade de produtos ácidos.
Esse novo processo foi escolhido por permitir a utilização de um novo pigmento como carga que é o carbonato de cálcio, inicialmente de origem natural como pó de mármore e depois sintetizado como pó precipitado. Como os dois são brancos o resultado foi uma brancura nunca antes atingida na fabricação do papel. Este processo de produção de papel passou a ser chamada de colagem alcalina e se difundiu pelo mundo todo.
Desta forma, é possível produzir hoje papel com colagem sintética com uma superfície com reação neutra e também papel com colagem sintética com reação alcalina. Ambos os produtos são considerados Acid Free como os papéis antigos produzidos geralmente de maneira artesanal, por terem uma reação neutra ligeiramente ácida.
Os papéis Acid Free são os preferidos dos artistas plásticos e pintores para trabalhos em aquarela, óleo e acrílico. Esse tipo de papel é também recomendado para restauração e conservação de documentos por serem papéis de longa permanência.
Fonte: http://www.filiperson.com.br/suportetecnico_001.asp

2 comentários:

  1. Muito obrigada Luiz!!
    Adorei o blog!

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  2. E a impressão com tinta comum de impressora não vai contaminar com acidez o papel?
    Tem alguma tinta especial acid free?
    Grata pela atenção!

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